terça-feira, 17 de abril de 2007

Entre os cáctus, no lombo da mula

do Grand Canyon, Arizona

Primeiro você imagina que está dentro de um desenho animado ou no meio de um filme de John Wayne. Por todos os lados, só areia, rochedos e cáctus gigantes. Depois, a vegetação rasteira e escassa lembra os caminhos do Planalto Central. Um pouco mais adiante, se esquecer que está no meio do Arizona, você terá a certeza de que vai parar nos Alpes suíços. De jeito nenhum. Em pouco mais de quatro horas de estrada, saindo de Phoenix, no Arizona, você chega a um sítio sagrado constituído por camadas rochosas que começaram a se formar há 2 bilhões de anos: o Grand Canyon.

Se o plano é incluir o canyon na sua programação de férias, não se esqueça que é necessário fazer reservas com bastante antecedência, principalmente se a viagem for programada para os meses entre abril e outubro. Segundo estimativas da administração do Parque Nacional do Grand Canyon, em apenas um dia de verão, cerca de 6,5 mil carros invadem as dependências do parque para ver a paisagem espetacular do canyon.

Mas não é só o panorama constituído por rochas cinza, laranja e verde que pode tirar seu fôlego. Quem estiver disposto a pôr a mochila nas costas e desafiar grandes variações térmicas (lembre-se que o clima do Arizona é desértico), pode seguir uma das trilhas do parque e acampar dentro do canyon. O passeio, no entanto, pode torturar os mochileiros de primeira viagem. As descidas machucam os joelhos e as subidas são verdadeiros testes de resistência cardíaca. Já os escolados preferem as trilhas que levam a pontos como North Kibab, South Kibab ou Bright Angel, que são bem sinalizadas e regularmente patrulhadas.

Outra aventura bastante popular entre os visitantes é o passeio de mula. Tanto que as reservas para dezembro de 2002, por exemplo, começaram a ser vendidas em janeiro de 2000. Nem o preço de US$ 100 por mula ou os 20 quilômetros de viagem no lombo do animal desencorajam os viajantes.

O Canyon é dividido em duas margens. Entre elas, passa o rio Colorado. A margem Sul (ou South Rim), fica aberta o ano todo, pois as temperaturas são um pouco mais amenas que na margem Norte (North Rim). Na primavera, a máxima na margem sul varia entre 15 e 21ºC. No verão a temperatura chega aos 29ºC. É na margem sul que se tem a melhor vista do pôr-do-sol, no Lipan Point, e onde se faz o melhor passeio de bicicleta, pela West Rim Drive. Na margem norte as temperaturas são mais severas e por isso essa parte do parque só pode ser visitada entre maio e outubro. Tente planejar sua viagem para antes de julho e depois de agosto. O inverno, apesar das noites

congelantes, é a melhor época do ano para se visitar o Canyon. Com um pouco de sorte, dá para ver a paisagem, fazer esqui e boneco de neve. E dos grandes.

Publicado em 7 de abril de 2001.

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