terça-feira, 22 de maio de 2007

A capital dos contrastes

de Hong Kong

Vistos do alto do pico Vitória, os arranha-céus brotam da estreita faixa entre a montanha e o mar, desenhado um dos skylines mais fantásticos do mundo. Lá embaixo, entre a ilha de Hong Kong e a península de Kowloon, a enseada que também ganhou o nome da rainha recém coroada quando a China foi forçada, em 1842, a ceder este território aos britânicos por causa da Guerra do Ópio.

Para percorrer 6 mil anos de costumes, crenças, e muita história nada melhor que passar uma tarde no Museu Histórico de Hong Kong, que reconstiui, com precisão, episódios como a própria Guerra do Ópio e da ocupação japonesa, com direito a um passeio pelas ruas da velha cidade. Entre os prédios, todos em estilo europeu, uma loja de de ervas chinesas que permaneceu aberta no centro de HK até 1980.

Fora do museu, entretanto, pouco restou dos 156 anos de colônia. O inglês ainda é língua oficial, mas entre os locais — a maioria chineses da etnia Han — só se fala cantonês. Nas ruas, nada da arquitetura vitoriana. Além dos gigantescos prédios envidraçados — evidência em concreto de que HK ainda é um dos grandes centros financeiros do mundo — só construções antigas, malcuidadas, decadentes. Letreiros de ideogramas imensos. Neons coloridos. E um certo desleixo, típico daquele lado de lá.
Só não há descuido no que tange a culinária. Dizem que a maior concentração de restaurantes chineses do mundo está em Hong Kong. E aí, a parada obrigatória é o Fook Lam Moon, em Kowloon, tido como melhor restaurante de comida cantonesa do mundo. Para os apreciadores de pratos exóticos há abalone, barbatana de tubarão e sopa de ninho de andorinha. O ninho, tecido com a saliva do pássaro é recolhido nos rochedos do sudeste asiático. E é claro, para quem não está disposto a se aventurar na extravagância, os básicos - porco agri-doce, arroz colorido e frango com castanhas já são de comer de joelhos.

Publicado em 9 de julho de 2004.

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