Vistos do alto do pico Vitória, os arranha-céus brotam da estreita faixa entre a montanha e o mar, desenhado um dos skylines mais fantásticos do mundo. Lá embaixo, entre a ilha de Hong Kong e a península de Kowloon, a enseada que também ganhou o nome da rainha recém coroada quando a China foi forçada, em 1842, a ceder este território aos britânicos por causa da Guerra do Ópio.
Fora do museu, entretanto, pouco restou dos 156 anos de colônia. O inglês ainda é língua oficial, mas entre os locais — a maioria chineses da etnia Han — só se fala cantonês. Nas ruas, nada da arquitetura vitoriana. Além dos gigantescos prédios envidraçados — evidência em concreto de que HK ainda é um dos grandes centros financeiros do mundo — só construções antigas, malcuidadas, decadentes. Letreiros de ideogramas imensos. Neons coloridos. E um certo desleixo, típico daquele lado de lá.Só não há descuido no que tange a culinária. Dizem que a maior concentração de restaurantes chineses do mundo está em Hong Kong. E aí, a parada obrigatória é o Fook Lam Moon, em Kowloon, tido como melhor restaurante de comida cantonesa do mundo. Para os apreciadores de pratos exóticos há abalone, barbatana de tubarão e sopa de ninho de andorinha. O ninho, tecido com a saliva do pássaro é recolhido nos rochedos do sudeste asiático. E é claro, para quem não está disposto a se aventurar na extravagância, os básicos - porco agri-doce, arroz colorido e frango com castanhas já são de comer de joelhos.
Publicado em 9 de julho de 2004.
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