Só que em Pequim os contrastes são gigantescos. As ruelas vão dando lugar às grandes avenidas. Os pequenos cortiços e casinhas tradicionais vão sendo substituídos por arranha-céus envidraçados. De um lado, a Cidade Proibida e o Templo do Céu. De outro, os grandes hotéis de cadeias estrangeiras. No meio da selva de concreto, por entre os guindastes, mais de 14 milhões de chineses que ainda não entenderam muito bem que a China entrou no mundo globalizado.
Pequim se divide entre o velho – duas seções antigas no centro da cidade – e o novo, uma área residencial, industrial e institucional, construída pricipalmente depois de 1949. Muita história que a Trilha Revista vai contar, a partir desta edição.
No primeiro trecho da nossa viagem, passamos pela parte antiga da Pequim, que consiste em uma cidade interna quadrada, construída entre 1409 e 1420, cercada por uma muralha de 24km de comprimento e 15m de altura. No centro, a Cidade Proibida, que foi assim chamada porque a ela não era permitido o acesso de cidadãos comuns, afinal de contas, a família imperial viveu ali entre 1421 e 1923. O último imperador, Aisisn-Gioro (Henry) Puyi foi forçado a abdicar em 1912, mas pôde ficar no Palácio até bastante tempo depois. Hoje, o complexo abriga, entre outras fantásticas instalações, o Museu do Palácio, fundado em 1925, mas que só foi aberto ao público em 1949.De todas atrações turísiticas chinesas, a Cidade Proibida é a mais visitada. Segundo o governo chinês, mais de sete milhões vão o Palácio todos os anos, mesmo com a restauração que começou em 2002 e só deve terminar em 2020. Até lá, volta para o lugar o que – através dos séculos – foi saqueado ou destruído pelo fogo.
Publicado em 11 de dezembro de 2004.
Publicado em 11 de dezembro de 2004.

Escondida no final de uma ruela — na qual vendedores vestidos como manda a tradição muçulmana comercializam de tudo — está um dos tesouros arquitetônicos da cidade. Qingzhenssi, a Grande Mesquita, foi fundada em 742 d.C, em plena dinastia Tang, época em que Xi’an era chamada Chang’an (em cinês, “paz eterna”) e servia de base militar e comercial para o conturbado controle chinês da Rota da Seda. A Mesquita, em seus pavilhões, torres e plataformas, mistura estilos tradicionais da arquitetura Han e Islâmica: telhados de pontas retorcidas, típicos chineses, mas de telhas azul-esverdeadas, pouco comuns na arquitetura local. Um dos pontos mais tranqüilos da cidade, Qingzhenssi é também o centro da comunidade islâmica que reside na cidade há mais de 1.200 anos.
